sexta-feira, 30 de maio de 2014

Capítulo IX - Em busca de paz

Era mais um dia na terra gélida de Skyrim, como sempre, o frio assolou a noite, enquanto Roggvar dormia em seu colchão feito de pele de urso, rodeado de árvores e não havia nenhuma cidade ou assentamento por perto. Pela manhã, partilhou três pedaços de salmão assado com seus companheiros, Bea e Fenrir, deixando os restos na terra, para decomposição. Após o desjejum, mestre e lobo partiram para sua aventura, atravessando quase metade do caminho para Falkreath, começando uma parte de floresta densa que era intransponível. Os dois prosseguiram, pela estrada agora, até que em um momento havia um tronco enorme de árvore, os impossibilitando de prosseguir.

- Parece que os nove estão contra nós – esbravejou o caçador desiludido.
Fenrir olhou Roggvar de cima a baixo e rosnou – acho melhor voltarmos – tomando o caminho de volta. Então, prosseguiram por um caminho diferente, tendo que passar por uma passagem entre as montanhas. Roggvar pediu que o lobo escoltasse o caminho a frente, enquanto prosseguia mais lentamente, aguardando, caso Fenrir encontrasse inimigos, pois o caminho era desconhecido por ele. O caçador então avistou uma pequena cabana, de madeira velha e podre, onde parecia viver uma mulher imersa em uma solidão quase que gritante. Quando Roggvar chegou mais perto, conseguiu enxergar sua face, era uma nórdica, de cabelos loiros, com uma aparência sofrida, era Angi, amiga de infância do caçador, a qual ele não via desde os catorze anos de idade.

- Angi?! Oi! É você? – questionou o caçador.
- Sim... sou eu, quanto tempo não o vejo, Roggvar? – disse a mulher com uma expressão desanimada.
- Quase vinte anos! Você ficou sumida esse tempo todo, por quê? – perguntou Roggvar surpreso.
Angi parou, olhou com tristeza para o caçador e contou: - Roggvar... minha família toda foi assassinada por dois guardas bêbados que entraram cortando a garganta de todos, eu consegui escapar e matei os dois, por isso estou escondido, confio em você...
O caçador acalentou a sua velha amiga, conversando com ela sobre os últimos anos, relembrando os velhos tempos, e tomando uma boa garrafa de vinho, deixando os ânimos em cima. Roggvar então contou suas façanhas como caçador e como gostava de utilizar o arco e flecha, usando quase sempre técnicas sorrateiras para pegar sua presa.

- Roggvar, sabe que conheci e treinei um rapaz que era parecido com você? O nome dele era Leoric, hoje ele é um arqueiro renomado em toda a província, treina vários outros arqueiros e é chamado para muitas missões complicadas, sua pontaria nunca erra um alvo! – disse a mulher levantando-se da cadeira.
- Um dia eu quero conhecer esse Leoric, me parece um sujeito interessante, mas agora, gostaria que me treinasse também, pode ser? – perguntou Roggvar ansioso.
- Claro, estava precisando dar uma aquecida mesmo, vamos lá!

Então os dois seguiram para um campo no topo da montanha, onde Angi mantinha alguns alvos, dava para ver boa parte da província lá de cima, havia muitas mudas de Snowberry e árvores cobertas de gelo. Angi pegou um arco, algumas flechas e explicou como iria ser o treino para Roggvar:
- Roggvar, quem me ensinou a usar arco e flecha foi minha mãe, ela dizia que compostura é a chave de todo o sucesso, você pode estar no meio do caos, mas se conseguir ficar calmo poderá acertar vários inimigos. Olhe e aprenda, após repita comigo – falou a arqueira enquanto atirava nos três alvos, um por vez, e depois deu sinal para o caçador fazer o mesmo.

- Ótimo! Meu irmão mais velho sempre me levou para caçar quando eu era pequena. Naquele tempo, era difícil colocar comida na mesa, imagina ter o que vender no Mercado. Por isso, quando nós tinhamos mais de um veado em um só lugar, era difícil não querer matar todos que pudéssemos. Se você conseguir aprender a manter a calma e confiar que cada disparo é certeiro, então você irá facilmente acertar vários alvos. - ensinou Angi, voltando a mostrar como Roggvar devia proceder, fazendo-o com igual proficiência.
- Nós falamos sobre calma e velocidade, agora vamos falar de precisão! Muitas vezes você não vai conseguir chegar tão perto de sua presa, então terá que lidar com tiros de longa distância. Contudo, é provável que esse seja o único disparo que você poderá fazer, antes de sua presa correr para longe. – afirmou pacificamente a arqueira, enquanto atirava no último alvo, a pelo menos 300m de distância. – Ok, é sua vez. Tente acertar aquele alvo lá atrás, bem atrás daquela árvore. Lembre-se: tenha calma e dê um tiro certeiro. Então, Roggvar pensou, parou, e com um silêncio imperativo, deu seu tiro de misericórdia, acertando o alvo em cheio.
- Muito bem, falamos sobre calma, velocidade, e precisão. Agora é hora de usar as três habilidades de uma vez só. Fique ciente de que este desafio é muito difícil, poderá levar um tempo até que o complete, mas a prática é baseada nisso, se conseguir finalizá-lo, garanto que será um arqueiro e tanto. – afirmou confiante Angi. – Apenas lembre-se de tudo que eu lhe ensinei, tente juntar tudo e fundir em uma só técnica, agora vá!

Roggvar então parou, respirou fundo, viu os três alvos, os dois primeiros em uma distância de 100-200m, enquanto que o terceiro ficava bem mais longe, 300m de distância. O caçador pegou então seu arco, encontrado perdido em uma ruína abandonada perto de Markath, o tencionou e segurou a respiração, atirando nos dois primeiros alvos em 7 segundos. Os 3 segundos restantes pareciam uma eternidade, então no primeiro dele, pegou a flecha e mirou, no segundo posterior atirou e no terceiro, a flecha acertou o último alvo, com uma força e precisão inigualáveis.

- É Roggvar, acho que te ensinei tudo que sei, parece que você está melhor que eu! Estranho pensar nisso, vamos entrar e tomar um vinho. – afirmou a arqueira, entrando em casa com Roggvar. Sua cabana era quente e aconchegante, apesar de muito pequena, havia uma cama e uma mesa de canto com apenas duas cadeiras, mostrando que se Angi estivesse esperando visita, não poderia passar de mais de uma pessoa. Enquanto os dois tomavam vinho e contavam histórias de caçadores e arqueiros, Fenrir entrou ofegante na cabana, Angi se assustou e ia pegando seu arco para matar o “lobo feroz”, quando Roggvar advertiu:

- Espere! Esse lobo é meu companheiro, ele está ofegante! O que foi, Fenrir?
- Eu o encontrei, o grande veado branco, ele está 5km a nordeste daqui, vamos logo! – Disse o lobo com muita pressa.
Então Angi e Roggvar se despediram, tendo o último tomado o resto de vinho que havia em sua taça, enquanto corria com todo seu equipamento para a direção apontada por Fenrir. Já era quase noite, mas eles decidiram não acampar. Então, assim começava mais uma aventura dos companheiros Roggvar e Fenrir, talvez uma aventura que pudesse mudar suas vidas.
















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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Capítulo VIII - Preocupação ou precaução?

Estava um dia ensolarado, assim como a maioria das manhãs de primavera em Riverwood. Carregadores de madeira iam de um lado para o outro, cantarolando e assobiando, mercadores passavam gritando os seus preços e soprava um vento agradável. Roggvar então pegou suas ferramentas, que consistiam em um arco imperial, flechas com ponta de aço, duas adagas, algumas poções em pequenos frascos, carne seca e vinho Alto, saiu pela taberna local nervoso e chateado.


- Mas você não disse que ia me acompanhar?! Eu tomo a palavra de um homem como inerente a sua honra! – Esbravejou o caçador.

Faendal então olhou nos olhos de Roggvar, encabulado com sua própria atitude, e balbuciou algumas palavras:
- Mmmaass.... Eu tenho uma pessoa aqui... Não posso deixá-la...
- Tudo bem, como sempre os elfos são covardes, fedorentos e desonrosos! – Disse o caçador partindo imediatamente com seu lobo para o sul, a caminho de Falkreath, a fim de encontrar o veado gigante de que tanto ouvira falar. O caminho, apesar de pavimentado, era íngreme e selvagem, plantas cresciam desenfreadamente, quase que impedindo o avanço da dupla. 



Roggvar e Fenrir então pararam em um riacho para tomar um pouco d’água, já que tinham caminhado por quase quatro horas e só agora pararam para descansar. Enquanto o caçador tomava água, seu lobo avistou um veado, era grande e tinha chifres desenvolvidos, provavelmente um macho no auge de sua meia-idade. Fenrir foi ao seu encalço resmungando.

- Não é o grande veado branco, mas é veado.
Então o feroz lobo correu com muito afinco atrás do veado, que correu com a mesma vontade porém não suficiente para evitar a mordida devastadora do seu predador. Fenrir era um lobo acostumado a atacar presas, sabia a hora e o local certo para abocanhar, o veado só sentiu os dentes da fera em seu pescoço, não errava nunca. 



Após o descanso, os dois partiram novamente pela estrada cansativa, sempre caminhando com cautela, pois não era raro avistarem um urso dormindo ou andando pela floresta que os cercava. O sol estava mais forte do que pela manhã, eram quase duas horas da tarde, o caminho parecia ficar mais suave e Roggvar arriscou:

- Você acha que encontraremos nossa presa em que ponto?
- Apesar dos caçadores em Whiterun terem afirmado que ele foi encontrado pastando pelo sul de Falkreath, acho que ele estará mais a nordeste, perto de onde sempre tem um bando de veados reunidos. – Afirmou o lobo certo de sua afirmação. 


Após mais duas horas andando por terreno plano, eles acabaram avistando uma pessoa, era uma mulher, se aproximaram e foram surpreendidos: era Bea, a caçadora que eles haviam conhecido anteriormente, no caminho para Rorikstead. 

- Ei, eu conheço você, não é caçador? – Perguntou Bea.
- Sim, sou caçador, nos conhecemos há uns dois anos, você me salvou de um peixe raivoso. – Afirmou Roggvar.
- Sim! Era você que trazia um lobo pequenino, então pelo visto você o manteve como seu amigo. – Assuntou a caçador.
Roggvar então sentou em uma pedra, de costa para Fenrir e Bea, tenso e com um semblante preocupado. Então desabafou:
- Sim, é ele, mas minha preocupação agora é outra. Estou atrás do grande veado branco, você obteve alguma informação sobre ele? 
- Não muita coisa, alguns dos caçadores locais o avistaram nas proximidades de Pinewatch, mas ele é tão rápido que nenhum deles conseguiu sequer apontar em sua direção, tendo ele escapado em fração de segundos. – Informou Bea.


- Falei, meu sentido canino não falha, sabia que o veado estaria por aquelas regiões, ele deve ser o líder do bando de veados! – Rosnou Fenrir entusiasmado.

Roggvar então assentiu com a cabeça, ainda nervoso com as palavras de Bea, pensou em como seria essa noite, talvez não dormiria, queria apenas planejar de que modo pegaria a sua presa. Estava com um temor, porém não queria falar a ninguém, até porque não sabia o motivo desse temor, então apenas deitou e tentou dormir, estava uma noite calma, calma demais...



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